domingo, 14 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

UM SONHO REAL










O sonho pode ser uma representação, uma forma de pensar, ou sinônimo de algo difícil a ser realizado, algo desejado. Mas por que não ser o que realmente pode ser, não procurar significado em livros especializados e sim, no significado próprio, o significado dado a ele, as suas vivências.
Essa manhã sonhei algo muito assustador e que pela primeira vez despertou minha curiosidade em saber esse tão doloroso ou não, significado.   

Bom, vamos ao sonho: Eu estava no banheiro e minha boca estava cheia de pedaços de algo que me cortava, doía muito mais colocar para fora esses pequenos objetos cortantes, ao despejar na pia, lá estava vários pedaços de um espelho, minha boca sangrava bastante chegando a manchar cada parte do aglomerado de pedaços que refletia minha imagem quebrada, manchada de sangue. Logo após, saia em direção a porta de saída e na calçada estava um carro, aparentemente velho e nesse carro encontrava-se quatro pessoas, quatro mulheres, onde só enxergava suas faces distorcidas. Entrava no carro e seguia com elas. Logo em seguida, ACORDEI!

Pois é, acordei e não foi só em um sentido fisiológico, também acordei para uma busca, a procura de compreender, entender, assimilar o porquê de um sonho perturbar tanto, logo que já sonhei muito e por que esse era diferente?

Depois de pensar muito cheguei a minha interpretação.


Para entender tive de pensar e falar com a pessoa que fez parte desse momento que estou a vivenciar (até então não tinha ligado o personagens aos fatos).

A interpretação: Meu namoro acabou, não por falta de amor, nem em mim, nem na outra pessoa. Acabou por que nos amamos e não vamos ver esse sentimento se desgastar tanto ao ponto de nos perder no relacionamento. Só que essa decisão me cortou, feriu internamente, meu eu (meu amor) estava me ferindo, cortando. A decisão de terminar foi o ato de colocar para fora toda essa dor e colocar para fora foi ocasionar mais dor, sangrar visivelmente. Ao colocar para fora todos aqueles espelhos quebrados que me refletiam como me sinto, quebrada, dividida, em partes. O sangue representa toda a minha dor e sofrimento. Mesmo sangrando, consegui sair e ao sair da minha casa, minha morada, meu abrigo, encontrei um carro, forma de condução, o destino? Talvez, sim! O qual me esperava, com meu lugar cativo, esperando para ocupar meu lugar no inesperado, sair em um carro com quatro mulheres que não vejo o rosto, só a mixagem do que seria um rosto, uma face. Entrei, encarei o desconhecido e estou a encarar a minha nova vida, minha nova forma de encarar a minha vida sem a pessoa que amo. Mas saibam que o espelho despedaçado que está contido naquela pia de banheiro, manchado do meu sangue continua lá, continua representando toda a dor e lembrando que já fui um outro eu que amou de uma forma desesperada, inteira e intensa. Amei e não me arrependo, amo e nunca vou me arrepender, pois um sentimento tão perfeito na sua imperfeição deve ser sempre tratado com muito respeito e admiração.

                                                                           Ana Luisa Justino Torquato.